terça-feira, 26 de novembro de 2013

Como uma festa pode pôr os filhos lavados em lágrimas!



Foi uma loucura a primeira vez que o meu pequeno, agora com quatro anos, na altura com três, recebeu um convite para uma festa de anos de uma miúda da escolinha. "Oh mamã, lê outra vez!". E li e reli e reli... Já perdi a conta às vezes que o fiz. Mas lembro-me bem de estarmos sentados a ver o mar e daquele cheiro a maresia com o areal lotado de gente!
O convite está bem guardado e a ele juntaram-se mais uns poucos entretanto. E a alegria de os receber e depois de conviver com os amigos fora da escola foi aumentando. Até contavava os dias: "Já é hoje? Já?"
Depois ainda foi a mais duas festinhas. Era uma alegria só de ver o brilho no olhar dele a escolher a prenda para oferecer e o brio dele a tentar embrulhá-la e a criar, com aquele jeitinho só dele, um cartão de feliz aniversário. E uma delas até foi muito gira e original: fomos todos ao teatro e quando digo todos, refiro-me aos miúdos e aos pais também. E até os atores cantaram os parabéns à aniversariante.
Mas, como os tempos estão difícieis, não pudemos organizar-lhe uma festa assim ou como as outras a que ele foi num daqueles sítios que os miúdos saltam e brincam com bolas e outros divertimentos até não quererem sair de lá nem por nada. Simplesmente não pudemos este ano. Ainda vimos os preços... O que não quer dizer que não o possamos fazer no futuro. E ele entendeu e festejou na mesma: teve um dia inesquecível, estava feliz. Ainda levou guloseimas para festejar com os amigos noutro dia. Ia tão feliz!...
Mas ando aqui a pensar numa forma de o compensar, muito em breve, com uma coisa que o vai deixar aos saltos e de sorriso de orelha a orelha. E aos amigos também!
E tudo isto tudo para quê? Para dizer que as festas de aniversário têm tanto de alegria como de tristeza. Também podem fazer os nossos filhos sofrer. Quando o vi lavado em lágrimas, porque não o tinham convidado para uma festa, até a mim me "doeu" o coração. "Mas oh mamã, ele é meu amigo. Porque não me convidou?" E lá tive de lhe explicar - e muito me custou vê-lo a chorar assim - que os papás do amigo não podem convidar todos, porque fica muito caro. E que, mesmo que o convidassem, também não poderia ir porque era o dia dos anos do pai. E iriamos passar o dia todos juntos em família. Ainda chorou e chorou e chorou mais um bocado. Mas, nos outros dias não tocou mais no assunto. Ainda bem! Gostava tanto de o proteger destas dores e de muitas que se seguirão, mas a vida é assim... Já vos aconteceu?